Filhos não podem mandar nos pais.

(Imagem retirada da internet para fins de ilustração)


Parece óbvia essa frase, mas não para muitos pais, que governados por sentimento de culpa ou medo, não se autorizam a ocupar o lugar que lhes pertencem: lugar de mãe e pai, portanto, daqueles que são detentores das leis e portadores das regras.

São eles que tem a obrigação de educar e ensinar aos filhos o que eles podem ou não fazer!

Aqueles, que equivocadamente não assumem essa função, ou porque viveram sob o jugo do autoritarismo dos seus pais e afrouxam os limites e se tornam permissivos; ou porque estão "desgovernados" pela liberalização dos costumes – e acreditam que tem que ser amigo dos filhos - provocam estragos na constituição subjetiva dos mesmos. Estragos que deixam marcas profundas e afetam- os no físico, psíquico e consequentemente nas relações sociais.  O que vemos proliferar nas escolas, com brigas, bullying, violência.

As crianças necessitam que os adultos que as cercam (principalmente seus pais) ensine-as a civilizarem suas pulsões e vontades desmedidas. Por isso, é imprescindível que aprendam - desde a mais tenra infância - que não podem fazer tudo o que desejam. Porém, somente assimilarão essa regra fundamental, se estiverem amparados por adultos que se encarreguem de transmiti-la. 
Isso significa que para esse adulto essa regra também tem que valer.

Os filhos precisam de limites, se não receberem desde cedo, invertem a ordem familiar e passam a comandar sua casa e seus pais. Não raro, vemos acontecer no consultório, a cena de uma criança pequena que se sentindo “contrariada” em seus desejos, grita e até bate no rosto da mãe. E não é incomum, que esta sorria e peça para que ele pare. O sorriso escancara o que estava velado - quem manda é o filho. Esse recorte mostra o quanto equivocada está essa família.

Existe uma hierarquia na família e é fundamental que essa verticalidade prevaleça, pois se não for assim, todos os membros da família ficarão na mesma posição. Sem regras, sem hierarquia e sem leis, quem avançará será a pulsão de morte!

Encontramos nas famílias chamadas pós-modernas, uma ausência dessa assimetria: pais colocam-se como amigos ou irmãos de seus filhos, e esse fato provoca danos na formação e desenvolvimento desses sujeitos. Pois são os pais que tem o encargo de intervir quando necessário, e quando se colocam como irmãos ou amigos, não terão autoridade para tal.

O Não é fundamental para a constituição do ser humano, e quando ele falta, o que predominará será o imperativo da pulsão destrutiva: a falta de respeito, de responsabilidade, agressividade e a violência.  Que se apresenta das mais diversas formas nas famílias: filhos ordenando aos pais a realizarem suas vontades (por mais descabidas que sejam) e em casos mais extremos agredindo-os, batendo e até... matando-os!

Andreneide Dantas  
07/03/14 


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