Parafraseando a música do grupo Titãs, pergunto: quando você vai comer “Você tem fome de quê?
Será que é somente para
saciar a fome que come, ou é para satisfazer outra “necessidade”, um outro vazio, que não o do estômago?
A relação que cada pessoa
tem com seu corpo, nem sempre é prazerosa ou fácil de entender, pois ele é
afetado pela linguagem. Isso equivale a dizer, que o corpo é simbolizado pela palavra e olhar do outro (da
mãe ou de quem cuidou), isso faz com que ele deixe de ser puramente orgânico e
passe a ser um corpo simbólico, afetado
pelas emoções, palavras e sentimentos.
Assim como o corpo, a comida também está ligada ao afeto desde os
primórdios da vida. O leite é o primeiro alimento que o bebê recebe quando
nasce, e nesse momento será estabelecida uma relação com a mãe (seu primeiro
Outro).
E não é sempre uma relação permeada por sentimentos bons, pois algumas
vezes, o que prevalecem são sentimentos de rejeição.
Aqui já reconhecemos que existe desde a mais tenra idade uma associação entre comida e afeto. O que
significa que a comida perde o estatuto de necessidade e estará relacionada ás
demandas e ao amor.
Na atualidade, muitos
indivíduos estabelecem com a comida uma relação compulsiva, e isso faz com que
comam vorazmente. Á ponto de nem sentirem o gosto e o prazer em relação ao que
estão ingerindo. É o que dizem muitos pacientes que estão “acima do peso”.
Dessa forma, não comem
apenas para satisfazer ou saciar a fome, que é uma necessidade vital.
Se fosse assim, não encontraríamos tantos transtornos alimentares,
incluindo a obesidade, que já se tornou no mundo um problema grave, responsável
por várias doenças que incapacitam e até matam.
Dito isso, as pessoas comem quando
estão com fome, felizes, tristes, ansiosos, solitários, etc. Podem comer para celebrar junto com amigos e
familiares, ou usar a comida como remédio ou droga que serve para aliviar ou anestesiar a angústia. E
assim, ela entrará em uma série de objetos consumidos para preencher o corpo, que é tratado como um "tubo" ou um "saco" a ser preenchido e anestesiado. E aqui, não existe lugar para o limite, para a castração, que é o que
nos torna humanos!
Andreneide Dantas
29/11/13
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