Escutamos o sujeito que sofre



Por sermos seres falantes somos afetados pelo que ouvimos, pensamos, dizemos, e também pelo que calamos. Isso significa que as palavras e os afetos incidem diretamente no corpo, causando tristezas, apatias, desânimos — que podem desencadear para depressão; angústias (que podem desencadear pânico), inibições, dependências de drogas, dificuldades no trabalho, nos relacionamentos, etc.

Enquanto o sujeito não se perguntar porque sofre daquele mal-estar, e atribuir somente ao orgânico (sistema físico-químico) ou ao destino, o que lhe acontece, continuará sem recursos simbólicos para mudar.

A psicanálise é um tratamento através das palavras, onde o psicanalista escuta o sujeito que sofre, e possibilita que ele escute nas entrelinhas do seu dizer, isso que parece uma língua estrangeira, uma fala que ele repete, inúmeras vezes, e não entende o que diz. Não compreende porque diz respeito ao seu inconsciente, àquilo que não está acessível para ele conscientemente, mas que atrapalha sua vida. 
Pois, mesmo sendo inconsciente, é algo ativo e o impulsiona a agir!

A escuta de cada paciente é uma em particular, pois cada sujeito tem sua história familiar, sua singularidade e a cultura em que vive. Através do relato sobre o que lhe acontece: a respeito de seus pensamentos, medos, angústias, esquecimentos, sonhos e fantasias, tem acesso ao saber insabido, ao seu funcionamento psíquico, ao porquê de suas escolhas. Assim, pode desfazer equívocos formulados na infância em relação ao que viu e ouviu e também ao que interpretou de suas experiências com seus pais.

Dessa forma, poderá diferenciar o que é realização, de desejo, de satisfação, da pulsão destrutiva, descobrir a causa da compulsão à repetição, analisar seus conflitos e desfazer identificações que o adoecem e atrapalham sua vida.

Andreneide Dantas

#escutaanalitica1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Gozo na psicanálise Lacaniana

Dificuldades escolares

Comemoração do dia das crianças