Você tem mania de quê?
Muitas pessoas têm hábitos ou
manias de várias coisas, outros têm superstições. Nas duas situações elas
podem viver e conviver bem com elas, como se fizessem parte de
seu ser. Existem aqueles que “brincam” e dizem que ‘esses são eles’ como se fossem seus cartões de visita, o que os
identificam.
Por outro lado, existem
hábitos ou manias mantidas em segredo: mania de deixar sapatos enfileirados, quadros milimetricamente
arrumados, mania de lavar as mãos diversas vezes, de verificar se o botão do
fogão está desligado, verificar se deixou a porta fechada e conferir
se escreveu, mesmo, "um trabalho ou artigo" que queria.
Muitas manias são
sentidas como imperativos (rituais), acompanhadas sempre de fantasias e pensamentos
negativos: “se não fizerem tal ato algo de muito ruim (que pode ser até um acidente, doença ou morte) pode acontecer com eles ou com um dos
familiares”. Nos dizem os pacientes.
Portanto, um ciclo se repete:
eles têm pensamentos ruins e para livrar-se de alguma culpa inconsciente,
precisam compulsivamente repetir
essas manias. Esses comportamentos podem em alguns casos atrapalhar o
desenvolvimento saudável de uma vida: pode atrapalhar nas escolhas ‘amorosas’, no
trabalho ou estudos.
É conhecido (através das mídias), casos de cantores e atores famosos, que revelaram terem descoberto que sofriam
de uma neurose (neurose obsessiva) e que até então, acreditavam que o que eles faziam eram atos supersticiosos. Outros descobriram que sofriam de um transtorno
psíquico chamado T.O.C. (Transtorno obsessivo compulsivo), nomenclatura inventada e catalogada nos manuais psiquiátricos, quando retiraram o termo neurose.
Os pacientes quando chegam, não falam sobre esses comportamentos, vêm geralmente por
outros sintomas, a medida que a análise avança vão revelando e descobrindo porque os repetem, qual a causalidade psíquica.
Esse é um momento muito importante, pois se instaura a possibilidade do sujeito poder abrir mão deles, transformando-os. Digo que se trata de poder, porque em psicanálise nós sabemos que os sintomas sempre representam algo para o sujeito. E quando os mantêm é porque eles representam uma verdade inconsciente e extrai satisfação… mesmo que de forma desprazerosa.
Muitos podem se identificar com esses comportamentos. É importante ressaltar que quando esses atos estiverem atrapalhando o bem-estar, e causando sofrimento, que procurem ajuda.
A
análise possibilita uma metamorfose no sujeito.
Andreneide Dantas
11/04/12
#escutaanalitica1
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