Ansiedade Infantil


  • Ainda há os que acreditam que a infância é um momento muito feliz da vida?

  • Acreditam em uma infância onde reina a felicidade plena e a pureza de sentimentos e pensamentos?
 
As descobertas freudianas nos mostra que é na infância onde criamos os monstros que carregamos durante toda a vida, muitas vezes disfarçados de incapacidades, timidez, inseguranças ou doenças.
 
A criança ainda não tão articulada em seu discurso muitas vezes é tomada por significantes que a alienam, trazendo uma gama de inseguranças, ansiedade e infelicidade.
 
A ansiedade é comum em vários momentos da vida, é um sinal de alerta importante para advertir sobre os perigos possíveis, possibilitando a busca de estratégias para enfrentá-los e nos estimula a buscar situações novas, auxiliando também no nosso desenvolvimento. Neste caso, a ansiedade é bem-vinda e necessária a nossa sobrevivência.
 
 
Quando patológica, pode causar reações desagradáveis, emoções exacerbadas, emocionalmente desgastante, acompanhada de sensações subjetivas de medo, terror, pânico, sensações desproporcionais à realidade, reações físicas como enjoos, vômitos, tonturas e dor de cabeça.
 
 
Na criança, os Transtornos de ansiedade são comuns, dificultando a atenção, a memória e a aprendizagem em toda a sua amplitude, a vida social e familiar também é afetada. A criança com Transtorno de ansiedade sofre em demasia, muitas vezes não consegue identificar seus medos e inseguranças.
 
 
Conhecendo um pouco sobre esse transtorno, que para a psicanálise encontra-se na estrutura neurótica e para o DSM. IV se encontra descrito da seguinte forma:
 
 
-TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO DSM.IV / CID-10.
 
 
No CID-10, o TAS é chamado “ansiedade de separação da infância”. Ele está incluído na seção das “desordens emocionais com início específico na infância” que incluem transtorno de ansiedade fóbica na infância e transtorno de ansiedade social na infância, dentre outras.
 
 
(F93.0 NA CID.10) 309.21 TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
 
 
Características Diagnósticas
 
A característica essencial do Transtorno de Ansiedade de Separação é a ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação (Critério A). Esta ansiedade está além daquela esperada para o nível de desenvolvimento do indivíduo.
 
 
A perturbação deve durar por um período de pelo menos 4 semanas (Critério B), iniciar antes dos 18 anos (Critério C) e causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, acadêmico (ocupacional) ou outras áreas importantes na vida do indivíduo (Critério D).
 
 
O diagnóstico não é feito se a ansiedade ocorre exclusivamente durante um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico, ou, em adolescentes ou adultos, se é melhor explicada por Transtorno de Pânico Com Agora fobia (Critério E).
 
 
Os indivíduos com este transtorno podem experimentar sofrimento excessivo recorrente, quando da separação de casa ou de figuras importantes de vinculação (Critério A1). Quando separados dessas figuras de vinculação, frequentemente precisam saber de seu paradeiro e sentem necessidade de permanecer em contato (por ex., por telefonemas).
 
 
Alguns indivíduos sentem saudade extrema e chegam a sentir-se enfermos devido ao desconforto, se estão longe de casa. Eles podem ansiar pelo retorno ao lar e fantasiar acerca da reunião com as figuras de vinculação. Ao serem separados das figuras principais de vinculação, esses indivíduos frequentemente abrigam temores de que acidentes ou doenças acometam as figuras a quem têm apego, ou a eles próprios (Critério A2).
 
 
As crianças com este transtorno frequentemente expressam o medo de se perderem e jamais reverem seus pais (Critério A3). Elas, em geral, sentem desconforto quando viajam independentemente para longe de casa ou de outras áreas que lhes são familiares, podendo evitar ir a qualquer lugar, sozinhas. Pode haver relutância ou recusa a comparecer à escola, ou acampamentos, visitar ou pernoitar em casa de amigos, ou sair para cumprir pequenas incumbências (Critério A4).
 
 
Essas crianças podem ser incapazes de permanecer em um quarto sozinhas, podem exibir um comportamento "adesivo" e andar "como uma sombra" atrás dos pais, por toda a casa (Critério A5).
 
 
As crianças com este transtorno com frequência têm dificuldades para dormir e podem insistir para que alguém permaneça a seu lado até adormecerem (Critério A6). Durante a noite, podem ir à cama dos pais (ou de outra pessoa significativa, como um irmão); se o ingresso ao aposento dos pais é impedido, podem dormir junto à porta.
 
 
Também pode haver pesadelos cujo conteúdo expressa os temores do indivíduo (por ex., destruição da família por fogo, assassinato ou outra catástrofe) (Critério A7). Queixas somáticas, tais como dor abdominal, dor de cabeça, náusea e vômitos são comuns, quando a separação ocorre ou é prevista (Critério A8). Sintomas (Critério A8).
 
 
Sintomas cardiovasculares, tais como palpitações, tontura e sensação de desmaio iminente, são raras em crianças menores, mas podem ocorrer em indivíduos mais velhos.
 
 
Especificador
 
Início Precoce. Este especificador pode ser usado para indicar o início do transtorno antes dos 6 anos.
 
 
A criança assim como o adulto precisa ser escutada para ser compreendida. A ansiedade diminui quando a criança começa a falar sobre seus medos e anseios, iniciando um entendimento sobre seus sentimentos e emoções, que por não saber do que se trata dão lugar à ansiedade que acaba por imobilizar a criança, incapacitando-a temporariamente em buscar independência e ser feliz.
 
 
Ana Carlênia Oliveira Bastos
 
 
 
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