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Mostrando postagens com o rótulo Psicanálise com crianças

Ansiedade Infantil

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Ainda há os que acreditam que a infância é um momento muito feliz da vida? Acreditam em uma infância onde reina a felicidade plena e a pureza de sentimentos e pensamentos?   As descobertas freudianas nos mostra que é na infância onde criamos os monstros que carregamos durante toda a vida, muitas vezes disfarçados de incapacidades, timidez, inseguranças ou doenças.   A criança ainda não tão articulada em seu discurso muitas vezes é tomada por significantes que a alienam, trazendo uma gama de inseguranças, ansiedade e infelicidade.   A ansiedade é comum em vários momentos da vida, é um sinal de alerta importante para advertir sobre os perigos possíveis, possibilitando a busca de estratégias para enfrentá-los e nos estimula a buscar situações novas, auxiliando também no nosso desenvolvimento. Neste caso, a ansiedade é bem-vinda e necessária a nossa sobrevivência.     Quando patológica, pode causar reações desagradáveis, emoções exacerbadas, emocionalmente desgastan...

Divertida-mente

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O filme da Pixar explica de forma lúdica e criativa o papel das emoções e das memórias na formação psíquica e na personalidade de Riley, uma pré-adolescente de onze anos, mostrando de dentro para fora o trabalho das emoções para encontrar um equilíbrio frente às adversidades que a vida impõe. Abordando temas psicanalíticos como sonhos, inconsciente, luto e o papel da tristeza como emoção básica necessária na constituição do sujeito. O nascimento de Riley se dá pelo desejo e alegria de seus pais. Sabemos que quando os pais possuem desejos de alegria e amor, que são relatados muitas vezes antes de sua concepção, faz diferença na vida de cada sujeito que nasceu porque foi desejado por outro, para o bem ou para o mal. No caso de Riley, foi desejada e recebida com alegria pelos pais (a sala de controle dentro do cérebro da menina é comandada primeiramente pela alegria). As outras emoções vão chegando sem muita demora, a alegria passa a ter a companhia da tristeza, da raiva, do medo e o “noj...

Hiperatividade

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(Imagem retirada da internet para fins ilustrativos) Uma criança é sempre pré-matura ao nascer quando comparada ao outros mamíferos, pois depende totalmente de um Outro para desenvolver-se física e psiquicamente. A imagem que ela tem de seu corpo também depende dessa relação com esse Outro que cuidou, banhou, alimentou e principalmente, falou com ela. Esses primeiros tempos de vida imprimirá marcas em seu corpo e em seu psíquico, que afetará todas as suas relações posteriores. Portanto, a organização dela quanto ao tempo e espaço tem relação com a imagem que ela tem de si mesma, que por sua vez, depende da relação que ela teve e tem com quem cuidou e cuida dela. Seu aquietar-se também responde ao discurso no qual ela está inserida, assim como o  controle de suas pulsões agressivas. Então, como podemos ler o que acontece quando elas não conseguem parar? Quando não conseguem ficar quietas ou quando são desafiadoras e não obedecem  regras e disciplinas? ...

Atendimento psicanalítico a crianças

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Quando atendemos crianças, primeiro recebemos os pais para escutarmos qual é a queixa e descobrir de onde provém a demanda: do médico, da escola ou dos próprios pais. É mais comum que a indicação seja da escola, pois um professor atento percebe quando algo não está bem no desenvolvimento educacional daquele aluno: que pode apresentar dificuldades de aprendizagem; em se inserir ou permanecer em grupo; apresentar comportamento de agressividade ou isolamento, etc. Quando a indicação é do médico — geralmente pediatra — é porque a criança apresenta doenças repetitivas; se encontram constantemente com viroses; têm dificuldades na alimentação; se encontram abaixo ou acima do peso, ou quando percebem que a criança é indisciplinada. O tratamento é indicado sempre que houver sofrimento. O corpo é afetado por tudo que sentimos, desde os sentimentos bons até os ruins. Dado que as palavras têm o poder de aliviar um sofrimento e também de deixar cicatrizes profundas que podem obstaculizar o desen...

As crianças não precisam de muitos brinquedos

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(Imagem retirada da ‘internet’ — meramente ilustrativa) Enganam-se os pais que acreditam que seus filhos precisam de muitas bonecas, muitos carrinhos, muitas bolas, aparelhos eletrônicos — aliás, tem que ter muita cautela em deixar as crianças usarem, pois, dependendo da idade é melhor que não usem —, etc. Esse tema — sobre limites — pode parecer muito repetido em nossos artigos, mas é por sua importância fundamental para a constituição subjetiva das crianças, da realidade psíquica, que reiteradamente tocamos nesse assunto. Elas necessitam de amor, cuidado e disciplina, pois se os pais (ou adultos que se ocupam delas) não o fizerem, elas terão muitos problemas! Recebemos, não poucas vezes, pais amedrontados e até acuados, com medo de seus filhos. Dizendo não saberem mais o que dizer e fazer para eles ficarem quietos e os obedeçam. E isso, em relação as mais simples tarefas como: acordar, dormir, comer, estudar. O que esses comportamentos revelam? Essas crianças desafi...

A análise liberta as crianças daquilo que elas ouve

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Quando atendemos crianças em psicanálise, podemos libertá-las através das palavras, daquilo que elas ouviram e ouvem dos seus pais e familiares, como bem nos ensinou a psicanalista francesa, Françoise Dolto. Palavras que podem ter sido enunciadas em momentos de raiva, sofrimento ou quando suas mães não sabiam que aquilo que elas diziam afetariam negativamente seus filhos. Pois, na maioria das vezes, as pessoas dizem brincando algo que faz muito mal. Lembro-me de uma mãe que chamava seu filho de porcaria e acreditava que isso era algo carinhoso; outra quando queria fazer um carinho no filho, dava palmadinhas nele, de forma leve, para não doer, dizia. Na verdade, tanto em um exemplo quanto no outro, os filhos foram marcados em seu corpo por esses atos e os repetiam na vida adulta, e isso, óbvio, os atrapalhava. E não poderia ser de outra forma, pois acreditar que se é uma porcaria ou que palmadas são carinhos não podem trazer nenhum benefício. Na análise com crianças temos a possibi...

Brincar é coisa séria

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                                 Tem sido muito falado na mídia sobre a importância do brincar. Isso é um fato! Mas o que nos chama atenção é o porquê da necessidade de falarmos sobre um assunto que é de conhecimento de todos. Se não é, deveria ser. Pensei e cheguei à conclusão de que se precisamos divulgar e defender a importância do brincar é porque a situação está complicada. E isso é consequência da vida moderna e de toda a carga de obrigações colocadas muito cedo para as crianças. Há algum tempo, a vida adulta era reconhecida pela entrada no mercado de trabalho, passando pelo fim da adolescência, quando os meninos e meninas iam pouco a pouco abandonando seus brinquedos e brincadeiras. Ou melhor dizendo, substituíam, à medida que se interessavam pelo sexo com parceiros, com as paqueras, namoros, saídas para bailinhos e festas, sem a presença dos pais. Hoje encontramos cada vez mais cedo, crianças c...