
(Imagem retirada da Internet para fins ilustrativos)
Escutamos o sujeito que sofre
Quando atendemos uma pessoa que nos procura, não atendemos um sintoma, uma doença ou uma síndrome. Atendemos um sujeito que pede auxílio ou socorro para aliviar seu sofrimento.
Entendemos com isso, que mais importante que a doença que
esse sujeito tenha ou um diagnóstico que ele tenha recebido (hoje em dia existe uma proliferação), é o fato de que
esse mal-estar ou sintoma (por mais grave que seja) sempre significa "algo" para
ele, mesmo que seja na forma de enigma.
E à medida que vamos investigando, descobrimos que existiram
muitos acontecimentos anteriores a ’crise’, que não foram levados em consideração,
pois na maioria das vezes foram vistos como algo que “passaria” ou que o tempo
resolveria. Até que chega um dia que aquilo que foi jogado para "debaixo do tapete", toma uma proporção tão grande, que fica impossível de ser ignorado. Pois existem
situações e sintomas que em vez de serem melhorados com o passar do tempo, são
potencializados.
Nesse momentos é quando tem lugar: uma crise de angústia forte, que pode
desencadear uma síndrome do pânico, uma depressão, desorientação em relação ao que fazer, inibições, impedimentos que paralisam a vida escolar ou profissional, ou obstáculos em relação as escolhas amorosas... Podem também desencadear doenças "letais", comportamentos de riscos ou problemas com drogas...
Quando conseguem buscar ajuda e empreendem uma análise, esses sujeitos se surpreendem quando descobrem que
aquilo que eles falam cotidianamente, tem relação com o seu sofrimento. Que quando escolhem dizer uma palavra e não uma outra, sofrem os efeitos dela no seu
corpo. Isso é assim, porque o significante (a palavra) que eles enunciam tem efeito em seu corpo e comportamento, assim como teve e tem, as palavras que ouviu do Outro que o cuidou (mãe), e marcou seu desenvolvimento.
Dessa forma, fazendo-se responsável pelo que diz, o sujeito
sofredor pode falar de seu corpo adoecido, suas tristezas, desorientações, podem produzir novos significantes, fazer associações entre uma dor
física e um sofrimento que causou dor, e que antes foi ignorada. Desta forma poderão
curar as feridas causadas por um gozo que destrói o corpo...
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Andreneide Dantas (01/03/12)
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