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(Imagem retirada da internet para fins de ilustração) |
Repetidas vezes chamamos a
atenção para o fato do excesso de medicação, o que configura uma medicalização (Zola, 1972), que vemos acontecer nos tempos
atuais.
Vivemos em uma sociedade onde a maioria das pessoas tomam remédios: para dormir, acordar, emagrecer, engordar, recrear, estudar, etc.
Vivemos em uma sociedade onde a maioria das pessoas tomam remédios: para dormir, acordar, emagrecer, engordar, recrear, estudar, etc.
Não nos restam dúvidas que
estamos diante de um uso abusivo de medicações. Existe o que chamamos de
‘epidemia’ de diagnósticos e o que antes era considerado uma dificuldade da
vida cotidiana ou uma particularidade de cada sujeito, hoje é considerado um
transtorno para o qual tem que ser medicado.
Mais surpreendente e preocupante é quando atentamos para o número de crianças que tomam medicamentos para poder
prestar atenção nas aulas. Muitos dos que fazem dessa forma acreditam, que os problemas ou as
dificuldades que as crianças apresentam são resultados de má formação orgânicas
ou neurológicas, e as tratam sem distinção. Sem levar em consideração a causa
que está "por trás" e que tem relação com cada uma das crianças em particular.
Cada criança tem sua história, sua subjetividade, então, por que receitar
ou ministrar uma medicação que é comum para todos, se os sujeitos são individuais?
Todo sujeito foi constituído no
seio de sua família, com a marca das palavras ouvidas e dos gestos dispensados
a ele, e mesmo que sejam irmãos e ou até gêmeos, eles são diferentes.
São diferentes porque são seres únicos, são sujeitos que respondem de forma diferente em relação a estímulos, tantos externos quanto internos. Os primeiros Outros: a mãe, o pai, ou quem fez essa função tão importante, vai ter marcado cada filho de forma particular.
São diferentes porque são seres únicos, são sujeitos que respondem de forma diferente em relação a estímulos, tantos externos quanto internos. Os primeiros Outros: a mãe, o pai, ou quem fez essa função tão importante, vai ter marcado cada filho de forma particular.
Portanto, cada sujeito é resultado do discurso parental. Como bem nos ensinou Lacan.
Quando uma criança não pára quieta,
não consegue aprender na escola, se envolve constantemente em brigas ou repetidamente adoece, é importante investigar a história dela. Para descobrir
porque isso acontece, saber como ela está posicionada na família, como é tratada, o
que ela escuta da mãe e do pai. Pois ás vezes ela é uma criança que tem muita
energia e por conta disso é nomeada de “terrível” ou de “impossível”.
Uma vez atendi uma criança e na entrevista sua mãe disse, que iria trazer ‘o diabo’, referindo-se ao filho. Essa mulher não tinha se dado conta de que com essa nomeação, não tinha escapatória para o filho, senão, comportar-se como aquele que “aterrorizava a todos na escola, no condomínio e na família”, com comportamentos impulsivos e destrutivos.
O comportamento que cada criança
mostra, revela o seu sujeito do inconsciente e a constituição de sua
subjetividade. E quando os pais não prestam atenção nisso, não a escuta e a
medica sem necessidade, o que fazem (sem saber) é amordaçá-la e privá-la de
falar sobre seu sofrimento, e assim, tiram a possibilidade de que elas possam criar recursos para resolver a verdadeira causa de suas dificuldades.
Obs: O diagnóstico precisa ser bem feito para que não tomem medicação sem necessidade. Sabemos que em alguns casos é preciso que a criança seja medicada e não medicalizada!
Obs: O diagnóstico precisa ser bem feito para que não tomem medicação sem necessidade. Sabemos que em alguns casos é preciso que a criança seja medicada e não medicalizada!
Andreneide Dantas
17/07/15
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