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Atendimento psicanalítico a crianças

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Quando atendemos crianças, primeiro recebemos os pais para escutarmos qual é a queixa e descobrir de onde provém a demanda: do médico, da escola ou dos próprios pais. É mais comum que a indicação seja da escola, pois um professor atento percebe quando algo não está bem no desenvolvimento educacional daquele aluno: que pode apresentar dificuldades de aprendizagem; em se inserir ou permanecer em grupo; apresentar comportamento de agressividade ou isolamento, etc. Quando a indicação é do médico — geralmente pediatra — é porque a criança apresenta doenças repetitivas; se encontram constantemente com viroses; têm dificuldades na alimentação; se encontram abaixo ou acima do peso, ou quando percebem que a criança é indisciplinada. O tratamento é indicado sempre que houver sofrimento. O corpo é afetado por tudo que sentimos, desde os sentimentos bons até os ruins. Dado que as palavras têm o poder de aliviar um sofrimento e também de deixar cicatrizes profundas que podem obstaculizar o desen

As crianças não precisam de muitos brinquedos

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(Imagem retirada da ‘internet’ — meramente ilustrativa) Enganam-se os pais que acreditam que seus filhos precisam de muitas bonecas, muitos carrinhos, muitas bolas, aparelhos eletrônicos — aliás, tem que ter muita cautela em deixar as crianças usarem, pois, dependendo da idade é melhor que não usem —, etc. Esse tema — sobre limites — pode parecer muito repetido em nossos artigos, mas é por sua importância fundamental para a constituição subjetiva das crianças, da realidade psíquica, que reiteradamente tocamos nesse assunto. Elas necessitam de amor, cuidado e disciplina, pois se os pais (ou adultos que se ocupam delas) não o fizerem, elas terão muitos problemas! Recebemos, não poucas vezes, pais amedrontados e até acuados, com medo de seus filhos. Dizendo não saberem mais o que dizer e fazer para eles ficarem quietos e os obedeçam. E isso, em relação as mais simples tarefas como: acordar, dormir, comer, estudar. O que esses comportamentos revelam? Essas crianças desafi

Amor e ódio nas famílias

Diferente do que muitos acreditam, não é somente o amor que circula em algumas famílias. E sabemos que é  difícil para a grande maioria "abrirem mão" da ilusão de que o único sentimento que existe em uma família é o amor. Como já dissemos tantas vezes, o nascimento de uma criança é um ato que tanto pode trazer alegrias para algumas famílias, como tristeza e até ódio para outras. E esse último sentimento, vem carregado de mágoas, rancores, que por vezes estão inconscientes. Outras vezes, eles estão conscientes e esses genitores não conseguem aceder a função de pai e de mãe. E não o fazem, ou porque ainda estão em uma posição infantil, em relação a seus próprios pais, ou porque foram tão maltratados por aqueles que tinha a função de amá-los e educá-los, que não existe lugar para que o amor se manifeste.  A herança que alguém recebe (em relação a sentimentos e limites) é a que é transmitida para os futuros descendentes. Esse assunto, nós debatemos na Jorn

Espera e o ritmo de desenvolvimento do bebê.

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(Imagem retirada da internet para fins de ilustração)         Quando uma criança nasce, já existe um mundo de linguagem esperando-a. Um nome foi escolhido, expectativas tiveram lugar, às vezes com sentimentos bons e outras vezes nem tanto... E vai ser em relação a essa demanda (todo o discurso do seu meio familiar) que ela vai responder com seu corpo frágil, característico dessa fase de vida. Responderá principalmente, ao desejo da mãe ou de quem vá a esse lugar. Se a criança vai chorar muito ou pouco, se vai mamar, pegar no bico do peito da mãe, dormir nas horas "certas" (espera-se que durante á noite), se vai crescer dentro do esperado para sua faixa etária, se vai sorrir, interagir, engordar, etc. Tudo isso vai depender da qualidade do vínculo e do desejo desse Outro que vai se ocupar dela. Isso significa que o seu desenvolvimento vai ser marcado e pontuado de acordo com os cuidados e desejo dessa mãe. Será través do seu discurso e do desejo inconsciente del

Brincar é coisa séria

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                                 Tem sido muito falado na mídia sobre a importância do brincar. Isso é um fato! Mas o que nos chama atenção é o porquê da necessidade de falarmos sobre um assunto que é de conhecimento de todos. Se não é, deveria ser. Pensei e cheguei à conclusão de que se precisamos divulgar e defender a importância do brincar é porque a situação está complicada. E isso é consequência da vida moderna e de toda a carga de obrigações colocadas muito cedo para as crianças. Há algum tempo, a vida adulta era reconhecida pela entrada no mercado de trabalho, passando pelo fim da adolescência, quando os meninos e meninas iam pouco a pouco abandonando seus brinquedos e brincadeiras. Ou melhor dizendo, substituíam, à medida que se interessavam pelo sexo com parceiros, com as paqueras, namoros, saídas para bailinhos e festas, sem a presença dos pais. Hoje encontramos cada vez mais cedo, crianças com agenda de adultos e não têm tempo para brincar ou que brincam virtualmente. O bri