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Nosso Corpo

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Fizemos uma linda Jornada sobre "O Corpo e suas diferentes abordagens", pudemos escutar vários profissionais que trabalham tanto com crianças quanto com adolescentes, adultos e idosos. E das mais variadas áreas: psicologia, psiquiatria, psicanálise, filosofia, geriatria, genética, educação, terceiro setor. Foi muito interessante termos comprovado àquilo, que vemos cotidianamente em nossos consultórios: que nosso corpo primeiro foi estranho a nós mesmos, porque foi confundido como sendo uma extensão do corpo de um outro (mãe). Sendo primeiramente um puro órgão que aos poucos foi se constituindo como um corpo banhado pela linguagem, pelo discurso daquela que alimentou e cuidou. E que interpretando os gritos como sendo uma mensagem. Mensagem de fome, de frio, de dor ou de atenção,  esses primeiros cuidados, possibilitaram que um corpo simbólico fosse sendo constituído em lugar do orgânico. Uma criança não é como um "tubo" que precisa ser alimentada e ter seus ...

Com-pulsão em Compras

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Por que tantas pessoas sofrem com o ato de fazer compras? Na verdade, o sofrimento não é sentido durante o ato, e sim, logo após, o mesmo. Esse comportamento chama tanta atenção que criaram novas expressões: “viciados em compras”, “shopaholics” ou “onanie”. Quer seja um ou outro nome dado a essa compulsão, o importante é sabermos por que isso afeta tantas pessoas. O que leva com que milhões de pessoas se entreguem a esse vício que traz tantas consequências? Por que existem mulheres e homens que por não conseguirem se controlar, extrapolam seus limites, o limite de seu cartão de crédito e às vezes leva a si e sua família à ruína financeira? O próprio nome já nos dá uma pista, pois quando falamos de compulsão em compras, podemos ler com-pulsão, e não, desejo em compras. Trata-se, portanto, da pulsão.  Algo que os pacientes em análise, reconhecem como alguma coisa mais forte que a vontade, algo que os impele a sair de casa e comprar. Às vezes não importa o que seja, podem ser sapato...

Brincar é coisa séria

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                                 Tem sido muito falado na mídia sobre a importância do brincar. Isso é um fato! Mas o que nos chama atenção é o porquê da necessidade de falarmos sobre um assunto que é de conhecimento de todos. Se não é, deveria ser. Pensei e cheguei à conclusão de que se precisamos divulgar e defender a importância do brincar é porque a situação está complicada. E isso é consequência da vida moderna e de toda a carga de obrigações colocadas muito cedo para as crianças. Há algum tempo, a vida adulta era reconhecida pela entrada no mercado de trabalho, passando pelo fim da adolescência, quando os meninos e meninas iam pouco a pouco abandonando seus brinquedos e brincadeiras. Ou melhor dizendo, substituíam, à medida que se interessavam pelo sexo com parceiros, com as paqueras, namoros, saídas para bailinhos e festas, sem a presença dos pais. Hoje encontramos cada vez mais cedo, crianças c...

Bullying

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O Bullying escolar foi estudado na década de 70 na Suécia e na de 80 na Noruega. No Brasil, a atenção voltada para o assunto é mais recente, contamos com algumas pesquisas feitas na região de São José do Rio Preto (interior de São Paulo) e no Rio de Janeiro. Nesses estudos, foi constatado que a incidência desse fenômeno nas escolas é de 45%, número bastante significativo. Segundo o Instituto SM, o Brasil já ocupa, infelizmente, o primeiro lugar (Bullying) entre países como Espanha, Argentina, Chile e México. É muito importante ressaltar que esse fenômeno acontece tanto em escolas públicas quanto privadas, isso significa que não é específico de nenhuma classe social, mas proveniente da maldade humana. Maldade que se “mostra” desde a mais tenra idade. Não existe uma tradução para a nossa língua do termo Bullying, ele é inglês e deriva de Bully= valentão, brigão, tirano. O que caracteriza o Bullying é o comportamento repetitivo e intencional de xingamentos, abusos, perseguições e/ou vi...

Por que Escuta Analítica?

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Porque é o que melhor define nossa prática: a escuta que, desde Freud, tem possibilitado àquele que sofre, encontrar-se naquilo que diz. Pois, é através do discurso que o sujeito revela seus sintomas e só através da palavra pode livrar-se "disso" que o incomoda e faz sofrer. No início da análise as queixas referem-se à mãe, pai, chefes, namorado, filhos, marido, esposa, falta de sorte, destino, etc. Chegam em posição de "objetos", acreditando-se vítimas que nada têm a ver com o que lhes acontecem e nada podem fazer a respeito da desordem em que se encontram, porque "foram colocados" neste lugar, como nos situa o psicanalista Roberto Harari. O trabalho do analista, é mostrar ao analisando sua insubstituível colaboração para sair desta desordem. Ele escuta o discurso do paciente sem tentar compreender o que este fala, ao contrário, lê aquilo que escapa aos outros campos de discurso. Trabalha com os lapsos, sonhos, interroga sobre os esquecimentos, lem...